domingo, 3 de outubro de 2010

A História da 'Fórmula Indy' - Segunda Parte

Os Anos Heróicos - A Era USAC (1956-1979)
A USAC (United States Auto Club), nova organizadora da categoria, foi idealizada por Tony Hulman, em função do amadorismo que sua antecessora (AAA) geria as competições (e pelas tragédias ocorridas em 1955, já citadas).Os historiadores do esporte automotor americano afirmam que a Indy, como campeonato de fato, nasce neste ano. Hulman priorizou questões de segurança, mas seu foco principal eram a imagem e o marketing sobre a Indy 500. Soube explorar como ninguém a televisão (que iniciava nas transimissões de corridas ao vivo), o uso de propagandas e o 'culto' às 500 Milhas, em diversas mídias.
Um período de muito arrojo, idéias revolucionárias e muitos acidentes. Muitos sobrenomes se tornaram mitos, como Foyt, Andretti, Unser, Rutherford...
O conceito dos carros era baseado nos Roadsters de enormes motores dianteiros, robustos e vigorosos Offenhauser (os famosos Offy, apelido carinhoso criado pelos pilotos).
Ironicamente após a FIA retirar a Indy 500 do calendário da F1, muitos pilotos europeus - principalmente britânicos - começaram a participar intensamente. Os carros da equipe de Colin Chapman, a renomada Lotus, além de muito sucesso, fez os motores dos carros americanos passarem para a parte de trás, seguindo a tendência mundial para monopostos. Sem contar o uso de turbinas de helicóptero, utilizadas pelos incríveis Lotus 56, os famosos Lotus Turbina, aerodinâmicos, rápidos e lindos.
Um nome a ser lembrado: Andy Granatelli. Dono de uma marca de lubrificantes muito associada à competições de automóveis, a STP (Scientifically Treated Petroleum). Criou sua própria equipe, onde três de seus carros e pilotos marcaram época: Parnelli Jones com seu bólido de desenho nada convencional, movido a turbina em 1967 (que perdeu a Indy 500 nas quatro ultimas voltas devido um problema mecânico);Mario Andretti, que venceu em 1969 sua única Indy (e foi campeão nacional neste ano, a bordo de um Brawner-Hawk) e Gordon Johncock, vencedor da tumultuada Indy 500  de 1973. Um dos mais belos carros de competição de todos os tempos, o STP Plymouth-Gerhardt Super Wedge, de linhas arrojadas e aerodinâmica inspiradora aos carros atuais, só não foi um grande vencedor no ano de 1969 devido a problemas de falta de potência em seu propulsor - para o desânimo de Granatelli.

Seis anos depois da proibição do acesso de mulheres às áreas de garagens, uma mulher alinha seu carro entre outros 32 nas 500 Milhas de 1977. Seu nome, Janet Guthrie. Chega em nono lugar, para marcar de vez a presença feminina na Indy. Depois dela, viriam Lyn St. James, Sarah Fisher, Danica Patrick...

A USAC geriu os campeonatos sem maiores turbulências até o final da década de ´70, quando a morte de Tony Hulman em 1977 deixou uma insubstituível lacuna. Para complicar ainda mais,  o desaparecimento de vários membros do alto escalão da USAC, num acidente aéreo meses mais tarde,  precipitou o fim. da  entidade na administração do campeonato.  Na verdade, os pilotos e donos de equipe clamavam por mudanças na categoria já a algum tempo, sem serem atendidos. As principais reinvidicações eram o 'subsídio' na compra dos Ford-Cosworth DFV, mais modernos e potentes do que o ultrapassado Offenhauser, e principalmente, maiores participações nas cotas de direitos de transmissão, que estavam praticamente estagnados desde quando a TV era uma coisa nova no mundo das corridas.
Declarando-se descontentes com os incertos rumos que a USAC sem Tony Hulman pareciam seguir, os donos de equipes fundaram em 1978 a CART, com base no White Paper de Dan Gurney, o livrinho branco que traçava os principais fundamentos da nova categoria.
O roadster de A.J. Foyt
Tony Hulman e Tony George (aprendendo tudo com o vovô)
Andy Granatelli e seu STP-Turbine de 1967
STP-Plymouth Gerhardt Super Wedge. The Beautiful One.
Janet Guthrie, a pioneira

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