A Fênix dividida - A Era Indy Racing League X CART/Champ Car (1996-2008)
A IRL nasceu do idealismo de Tony George em 'resgatar a tradição do automobilismo americano', ou seja, padronização de equipamentos, redução de custos, preocupação com a segurança dos pilotos e, principalmente, focar as competições em circuitos exclusivamente ovais, nos moldes da NASCAR, onde obviamente a importância da Indy 500 teria seu merecido e incontestável destaque. Num outro enfoque, bem mais materialista, a razão fundamental para a cisão de Tony George com a CART dizia respeito ao reduzido retorno financeiro que a Indy 500 estaria recebendo da categoria, conforme os donos de equipe da época. Ele passou a critivar sistematicamente a CART, quaisquer fossem os motivos.
A criação da IRL não determinou o fim da CART em 1996, mas provocou o surgimento de um panorama indesejável ao automobilismo americano, principalmente no interesse do público e investimentos de publicidade em ambas categorias. Alheia à esta briga 'doméstica', a F1 se restabelece no foco do público mundial, em função de sua histórica isenção de 'turbulências administrativas' (sob as rédeas firmes da FIA e da FISA) e do 'advento Schumacher', após a traumática morte de Ayrton Senna.
Muitos se perguntam o que teria ocorrido se Senna tivesse aceitado o convite de Fittipaldi para competir na CART (Ayrton chegou a testar a Penske de Rick Mears no Arizona, a pedido de Emmo). Senna estava desmotivado e magoado com a F1, ao ser barrado na Willians por Alain Prost e gostou do teste com a Penske, em 1992.
Tenho comigo a certeza que Ayrton teria marcado seu nome na Indy. Mas Deus não quiz assim.
Vamos respirar fundo e voltar ao assunto...
O campeonato promovido pela IRL (de apenas 3 provas) e a própria Indy 500 em 1996 foi disputado por equipes pequenas, com equipamentos tecnologicamente ultrapassados e pilotos iniciantes. A fim de resguardar suas equipes inscritas, Tony George elaborou uma regra, denominada 25/8, onde apenas oito carros sem vínculo com a IRL poderiam participar das 500 Milhas de Indianápolis. A CART, como resposta, decide organizar uma prova rival a de Indianapolis, a US 500, em Michigan. A iniciativa se torna um fracasso comercial tanto em venda de ingressos como na questão de retorno publicitário.
Os trágicos acidentes de Greg Moore e Gonzalo Rodriguez em 1999 chocam a América e provocam sérias críticas à falta de segurança da CART, cada vez mais distante de suas origens e se espelhando diretamente na F1 (elevados custos, circuitos mistos, em vários países).
Os trágicos acidentes de Greg Moore e Gonzalo Rodriguez em 1999 chocam a América e provocam sérias críticas à falta de segurança da CART, cada vez mais distante de suas origens e se espelhando diretamente na F1 (elevados custos, circuitos mistos, em vários países).
Pouco a pouco, as equipes da CART começaram a migrar para a IRL, principalmente após um fato envolvendo o brasileiro Helio Castroneves: Ao vencer a Indy 500 de 2001, a Penske não pôde ostentar o nome de seu principal patrocinador (Marlboro), apenas manteve o conhecido padrão de pintura em seus carros. Isso ocorreu porque a regulamentação americana de publicidade não permite o mesmo patrocinador para duas categorias distintas. Segundo comentários, esta vitória de Castroneves teria selado (involuntariamente, é claro) o destino da CART, pois os patrocinadores decidiram investir pesado na IRL.
O ano de 2001 marca ainda a primeira participação de um nativo americano, Cory Witherill, membro da nação Navajo em uma edição da Indy 500. Largou na antepenúltima posição e chegou em décimo-nono.
O ano de 2001 marca ainda a primeira participação de um nativo americano, Cory Witherill, membro da nação Navajo em uma edição da Indy 500. Largou na antepenúltima posição e chegou em décimo-nono.
O inevitável acontece: em 2003, a CART declara sua falência. A IRL propõe a compra de seus bens, mas a justiça americana negou a proposta, abrindo caminho para a criação da sucessora da CART: a OWRS (Open Wheel Racing Series), posteriormente CCWS (Champ Car World Series) ou simplesmente Champ Car - apelido antigo dos carros de rodas expostas nos EUA. Aqui no Brasil, a categoria recebeu o nome esdrúxulo de Fórmula Mundial. Há um famoso vídeo no YouTube onde Adrian Fernandes pergunta a Téo José: "Cabrón, porque vocês a chamam assim ?..."
Outro importante fato, mas que à epoca, não despertou a devida atenção da mídia nacional:
Emerson Fittipaldi fundou em 2003 a primeira equipe brasileira na ´Fórmula Indy´. Mas com algumas ressalvas... A sede da equipe ficava em Indianapolis, e seu único piloto, o português Tiago Monteiro.
A Fittipaldi-Dingman Racing tinha como co-proprietário James Dingman e durou apenas uma temporada devido às turbulências financeiras da categoria, a Camp Car. Seu melhor resultado em corrida foi um sexto lugar no GP do México, onde obteve o 2o. melhor tempo geral de largada, tendo sido pole nas tomadas de sábado. Pontuou entre os Top-10 cinco vezes e terminou a temporada em 15.o lugar no campeonato.
Nada mal para dois estreantes, a equipe e o piloto...
Outro importante fato, mas que à epoca, não despertou a devida atenção da mídia nacional:
Emerson Fittipaldi fundou em 2003 a primeira equipe brasileira na ´Fórmula Indy´. Mas com algumas ressalvas... A sede da equipe ficava em Indianapolis, e seu único piloto, o português Tiago Monteiro.
A Fittipaldi-Dingman Racing tinha como co-proprietário James Dingman e durou apenas uma temporada devido às turbulências financeiras da categoria, a Camp Car. Seu melhor resultado em corrida foi um sexto lugar no GP do México, onde obteve o 2o. melhor tempo geral de largada, tendo sido pole nas tomadas de sábado. Pontuou entre os Top-10 cinco vezes e terminou a temporada em 15.o lugar no campeonato.
Nada mal para dois estreantes, a equipe e o piloto...
Em 2007, devido aos baixos investimentos dos patrocinadores, a Champ Car dá sinais claros de um fim próximo. No ano seguinte, declara falência, sendo unificada com a IRL. Uma das equipes mais fiéis à CART/Champ Car, a Newman-Haas, relutou em ingressar na IRL, seguindo os ideais de seu fundador, Paul Newman. Por uma sublime ironia do destino, a equipe foi a vencedora do primeiro GP após a fusão das duas categorias, em Saint Petersburg.Os nomes que marcam esta época são: Sam Hornish, Scott Dixon, Tony Kanaan, Helio Castroneves e a primeira mulher a liderar a Indy 500 (em 2005), Danica Patrick. Ela também se sagrou como primeira vencedora de um GP numa categoria top do automobilismo (Motegi, 2008)
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Cory Witherill, primeiro nativo americano na Indy 500 (2001) |
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